Guia de bolso – Bolívia
3 junho 2013Como planejar uma viagem para a Bolívia
“Pat, o que você vai fazer na Bolívia?” _ Esta foi a pergunta que muitos amigos meus fizeram. Saibam que as paisagens bolivianas foram o cenário mais bonito que vi até agora nas minhas viagens. Olha que já são 15 países no currículo! Muita gente torce o nariz quando ouve falar em turismo na Bolívia. Puro desconhecimento, aposto! Desarmem-se do preconceito e vão conhecer o surpreendente país vizinho.
Estilo da viagem
Sim, a Bolívia é um país pobre e o perfil mais encontrado de turistas no país é de jovens mochileiros entre 18 e 25 anos. Bom, há muito tempo eu não me encaixo nesta faixa. Porém, tenho obrigação de dizer que lá não é bem o lugar para quem não abre mão do conforto, que não tenha uma boa dose de disposição física e que não goste de aventuras. Por quê? As viagens de ônibus são longas. Os ônibus não tem banheiro (deve haver suas exceções mas eu não as conheci). Em alguns passeios como a expedição para o Salar de Uyuni, você fica um dia sem tomar banho. Dependendo da época que for, o frio é de lascar. Mas olha, tomando os devidos cuidados, vale muito a pena! Duvido que se arrependa!
O que conhecer na Bolívia
Sugiro conhecer La Paz, Copacabana, o lago Titicaca, a Isla del Sol, Sucre, Potosí e Uyuni.
Extraído de: http://www.worldatlas.com/webimage/countrys/samerica/lgcolor/bocolor.htm
La Paz é a capital administrativa e a sede do Governo. La Paz não parece capital! Muitas pessoas com trajes típicos, principalmente as cholas. Em qualquer lugar que ande, não há como não notar a presença imponente da montanha Ilimani.
Copacabana é a maior cidade boliviana às margens do lago Titicaca. Sabia que esta Copacabana é a original? O famoso bairro carioca recebeu o nome de Copacabana graças à uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Copacabana trazida por comerciantes espanhóis para a igreja local.
Lago Titicaca: Provavelmente você já deve ter respondido em alguma prova do antigo ginásio que o lago mais alto do mundo era o lago Titicaca. O Titicaca está a mais de 3.200m de altitude. Além disso, possui mais de 8.000 Km² de extensão, indo da Bolívia até o Peru. Quando você o vê nem acredita que aquilo não seja mar. Tem várias ilhas, algumas povoadas como a Isla del Sol (Bolívia) e a Isla de los Uros (Peru). A Bolívia mantém a Marinha só para cuidar do lago (A Bolívia não tem ligação com o mar pois perdeu parte de seu território em guerras com o Chile e Peru).
A Isla del Sol é a maior ilha do lago Titicaca. Palco de ruínas incas e belos cenários.
Sucre é a capital constitucional da Bolívia e sede do Judiciário. Sucre teve grande importância para a história do país. Tem seu centro histórico preservado e é a cidade mais bonita da Bolívia. Considerada pela UNESCO patrimônio cultural da humanidade.
Já Potosí, no passado, chegou a ser a cidade mais rica do mundo graças à exploração da prata pelos espanhóis. É considerada pela UNESCO patrimônio cultural da humanidade.
Uyuni é a porta de entrada para o salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo. O deserto é de longe o lugar mais interessante a se conhecer da Bolívia. É um orgulho nacional. A cidade em si não tem atrativos.
Passeios pela Bolívia
La Paz
A primeira coisa que você tem que fazer ao chegar em La Paz é descansar. La Paz está a 3.660 m do nível do mar. Seu organismo não está acostumado. Se fizer algum esforço, pode sentir uma forte dor de cabeça. Caminhar por poucos metros pode ser um grande esforço. Os efeitos da altitude variam de pessoa a pessoa. Tem gente que não sente nada. Tem gente que fica com uma dor de cabeça terrível. Um conselho: é tomar chá de coca com frequência (não se preocupe, não é alucinógeno!). No meu caso, nem o chá de coca resolveu. Somente as pílulas conhecidas como “soroche pills”. A minha amiga não sentiu nada.
Se for caminhar, sempre pare um pouco porque como se não bastasse a altitude, a cidade tem ladeiras! O Centro da cidade é um caos mas isto é o mais interessante da cidade: caminhar e observar. Ônibus antigos, trânsito louco, cholas (mulheres vestidas em trajes típicos) vendendo fetos de animais em barracas, turistas em tudo quanto é canto, cheiro de frango frito, homens vestidos de zebra orientando o trânsito, etc.
Por falar em barracas, não arrisque sua saúde e não estrague sua viagem: não coma nada na rua!
Circulando por La Paz
Turisticamente falando, as ruas mais interessantes são a Calle Lampu, Calla Sagárnaga, Calle Murillo e Av. Mariscal Santa Cruz. Nestas ruas estão as agências de turismo, lojas para comprar artigos para caminhadas, escaladas, hostels, pousadas (hostais), enfim… tudo.
Vale a pena visitar nas andanças:
- Mercado de Feitiçaria (Mercado de Hechicería) – Mercado de rua original. Original porque vendem coisas inacreditáveis. As barracas vendem ervas, roupas, folhas de coca e… fetos de lhama! Os fetos são considerados amuletos, item usado em feitiço para quem procura sorte e felicidade. A entrada do mercado fica na Calle Sagárnaga.
- Museu da Coca (Museo de la Coca) – Museu pequeno porém exibe informações importantes sobre a folha de coca e o seu uso no dia-a-dia, nos medicamentos, para aliviar os efeitos da altitude e o uso para o lado do mal: a cocaína. Na entrada é dado um guia em português. No segundo andar há um bar onde você pode experimentar a cerveja de coca.
Outros lugares: igreja de São Francisco, a Casa Murillo e o Museu Nacional do Folclore. A parte colonial de La Paz está retratada na Calle Jaén.
Tiwanaku
Tiwanaku ou Tihuanaco é a ruína de uma cidade pré-inca. Visita-se o museu e as ruínas. No museu, vemos desde as ferramentas e utensílios utilizados por esse povo e uma múmia. As ruínas são muito interessantes, principalmente o Portal del Sol e os monolitos. O museu é bem simples. Peca por mais informação.
Como é o passeio?
O trajeto até Tiwanaco é de 72Km, sendo 1h30min aproximadamente de viagem. No caminho, que passa pela parte alta de La Paz, para em um mirante que dá para avistar um pedacinho do Lago Titicaca e parte de cordilheira dos Andes. Visita ao museu de cerâmica, museu lítico (que tem um totem Pachamama em pedra) e as ruínas dos templos (Kalasasaya e PumaPunku), inclusive o portal do sol. Horários: saída do hotel às 08:00 e chegada em La Paz às 16:00.
Downhill em Coroico
É uma descida de bicicleta pela Estrada da Morte, que é a antiga estrada que ligava La Paz a Coroico.
Como é o passeio?
A van da agência de turismo leva o grupo até a montanha El Cumbre, a 4.700m de altitude. Lá os turistas recebem os equipamentos de proteção e bicicletas e começam o downhill passando por um trecho asfaltado da estrada, dividindo-a com carros. Depois segue em trecho de terra até 1.200m de altitude Chegamos ao fim da estrada de chão em Yolosa a 1.200m de altitude. O passeio dura aproximadamente 5 horas. As paisagens mudam no decorrer do caminho: desde frio e montanhas nevadas a cachoeiras e calor. Ao chegarmos no asfalto, as bicicletas são recolhidas e o grupo segue de van até um hotel em Coroico, onde é servido o almoço e um banho, de chuveiro ou piscina. O passeio inclui café da manhã, almoço, bicicleta, lanches e água no caminho, camiseta e CD com fotos do passeio.
Nevado Chacaltaya e Valle de La Luna
O Glaciar Chacaltaya foi a estação de esqui do mundo mais alta do mundo. Por conta do aquecimento global, foi desativada.
Como é o passeio?
A van da agência de turismo leva o grupo até a base do monte, onde fica o centro de estudos, que fica a 5.265m. O Chacaltaya está a 5.395m de altitude,então para chegar até o topo, o grupo deve caminhar mais 130m. O retorno do Chacaltaya, a van passa no centro de La Paz novamente antes de ir ao Valle de La Luna. Horários: saída do hotel às 08:00 e chegada em La Paz às 14:00 (se não for ao Valle de La Luna) ou 15:30, caso vá.
Copacabana
Circulando por Copacabana
A cidade é bem pequena. No cruzamento das avenidas 16 de Julio e 6 de Agosto, há um posto de Informações Turísticas.
Mapa de Copacabana. Por TheJourney1978
Vale a pena conhecer:
- O santuário de la Virgen de Copacabana;
- Subir o Cerro Calvário para observar o pôr-do-sol. A subida demora cerca de 25 minutos.
- Ir até o lago Titicaca e ficar impressionado com a nitidez da água e acreditar que aquilo não é mar 😉
- Imperdível: pegar o barco no cais e conhecer a Isla del Sol.
Chegadas e Partidas
Há dois modos de sair de La Paz e chegar em Copacabana:
- Pegar os ônibus que saem de frente ao cemitério (15 BOB). A passagem do barco para travessia em Tiquina também continua pelo valor de (1,5 BOB). De La Paz para Copacabana os ônibus saem desde às 7:00 até por volta das 18:00 e de Copacabana para La Paz desde às 8:00 até às 19:00.
- Pegar o ônibus turístico (Milton tours e Combi Tours) que saem diariamente nos horários de 9:00 e 13:00. Buscam os passageiros nos hotéis.
- Quem quiser seguir para o Peru a cidade mais próxima é Puno, a umas 3/4 horas de ônibus.
Isla del Sol
Extraído de http://www.boliviaexpedition.com/pagesp/bol-lp-titi.php
A Isla del Sol é a maior ilha do lago Titicaca e localiza-se na Bolívia. O Lago Titicaca é considerado sagrado pelos incas. Reza a lenda que o mundo surgiu ali, quando o deus Viracocha criou o sol, as estrelas e os primeiros povos. Reza a lenda também que Manco Capac, o primeiro rei de Cusco, nasceu na ilha. A ilha tem cenários lindos. Uma boa pedida para casais e boa pedida para quem estar disposto a percorrer os dois lados da ilha, contemplando estes cenários.
Chegadas e Partidas
Para chegar até a ilha, você tem que pegar o barco no cais de Copacabana, a 4h de ônibus de La Paz. Antes de seguir para Isla del Sol, você tem que decidir se irá dormir na ilha ou se fará um bate-volta. Para ambos, você deve saber qual lado da ilha quererá ficar e qual lado você pegará o barco na viagem de volta à Copacabana. O lado sul é mais turístico e portanto com infraestrutura maior de pousadas e hotéis.
a) Bate-e-volta
Você pode fechar ida e volta pro mesmo dia, ou seja, passa o dia lá e o barco te pega no fim da tarde. Compre o tíquete para o barco das 8:30 para o lado norte. Uma parada no sul da ilha e segue para o norte. O barco pega os passageiros às 15:00 no lado norte e às 16:30 no lado sul. Então, caso queira fazer a trilha, tem o intervalo de 10:30 até 15:30 para fazê-lo.
b) Dormir na ilha e voltar à Copacabana no dia seguinte.
A ilha
Ao chegar a ilha você paga uma entrada que dá direito a conhecer uma espécie de museu e a acompanhar o tour guiado. O guia nos leva a conhecer as ruínas de Chincana, mesas de sacrifício e a pedra do puma. Tudo isso é no lado norte.
Se conselho fosse bom…
- Há “pedágios” na ilha cobrados por moradores. O pedágio é questionável. Paguei mas teve uma hora, no último pedágio que não paguei de jeito nenhum. Já achei que era exploração e falei para o morador chamar a polícia. Estou aguardando o policial até agora.
- Eu e minha amiga levamos quase cinco horas para caminhar de norte a sul da ilha. Eu sou sedentária. Ela, não. Ao longo do caminho, várias pessoas nos passaram, inclusive os velhinhos franceses. Que inveja! Leve água mineral, uma mochilinha (porque andar com bolsa nestas horas só atrapalha), lenços umedecidos ou uma toalha e o principal: esteja aclimatado.
- É bom estar com relógio pois os barcos não demoram muito a sair, esteja lá no horário combinado.
Uyuni
O que fazer em Uyuni
Não há nada a fazer em Uyuni. A cidade é apenas a porta de entrada para o melhor passeio do país, a expedição para o Salar de Uyuni. O passeio dura três dias e duas noites.
Salar de Uyuni
O Salar de Uyuni é o maior planície de sal do mundo com aproximadamente 12.000Km². Reza a lenda que ali era um imenso lago pré-histórico, o lago Minchin, que com o passar dos anos secou dando a origem a esta imensidão de sal. Outra corrente de estudiosos defende que quando a cordilheira dos Andes se formou o choque das placas tectônicas dividu os oceanos. Parte deles ficaram a leste da cordilheira e com o passar dos anos evaporaram, deixando no altiplano o sal de suas águas. O salar também é uma das maiores reservas de lítio do mundo.
Como é o passeio?
1° dia – Tour Salar de Uyuni: Laguna Branca, Laguna Verde, Laguna Colorada
2° dia – Tour Salar de Uyuni: Árbol de Pedra e Lagunas altiplanicas
3° dia – Tour Salar de Uyuni: Salar do Uyuni, Ilha do Pescado e varias paradas no Salar e Alota.
Extraído de: Cordillera Traveller
O que está incluso no passeio?
- Carro 4×4 com 6 pessoas;
- Refeições inclusas;
- Hospedagem (uma noite hospedada em refúgio e outra noite hospedado em um hotel de sal).
O que não está incluso no passeio?
- Entrada no Parque Reserva Nacional Eduardo Avaroa
- Saco de dormir (é possível alugar em alguns refúgios)
O que levar
- Óculos de sol;
- Protetor labial;
- Protetor solar;
- Câmera fotográfica com bateria extra;
- Papel higiênico;
- Água;
- Saco para dormir (aluga-se em alguns refúgios);
- Proteção para o frio (luva, gorros, cachecol, corta-vento);
- Roupa de banho, para as termas;
- Lanchinhos para comer no carro;
- Álcool gel;
- Lenços umedecidos para aquele dia em que você não tomará banho.
Chegadas e Partidas
- Ao chegar em Uyuni, tem a opção de pegar um ônibus noturno para La Paz (10h a 12h) ou ônibus para Potosí (6h). Em dias determinados, você tem a alternativa de pegar o trem para a cidade de Oruro. De Oruro pegar o ônibus para La Paz.
- Com dias a mais, o turista pode passar uns dias no Chile e conhecer o Deserto de Atacama. A excursão para o Salar deixa na exótica cidade de San Pedro de Atacama.
- Há a opção para ir a Argentina: De trem para Villazón, a cidade boliviana mais próxima da fronteira com a Argentina (8h de viagem). Você pode cruzar a fronteira a pé para La Quiaca, a cidade argentina mais próxima. De La Quiaca pegar o ônibus para Salta. De La Quiaca até Salta, a viagem dura 7 horas. Atenção: Não há trens todos os dias e as passagens são muito concorridas. Confira dias e horários dos trens em http://www.fca.com.bo/ Se não conseguir ir de trem, a opção é ir de ônibus até Villazón (há paradas como Tupiza). Prepare-se porque as estradas não são boas.
Se conselho fosse bom…
- Pesquise relatos recentes para saber quais são as melhores agências indicadas. Em muitas, os carros são antigos e correm o risco de quebrar no meio do deserto. Também há relatos de motoristas bêbados e de acidentes.
- Para quem vem do Chile, não esqueça de guardar pesos bolivianos suficientes para pagar as entradas das reservas nacionais, para alugar saco de dormir especialmente se for no inverno e para ir em alguns banheiros que são pagos.
- Se veio de San Pedro, provavelmente chegará em Uyuni às 14:00. A sugestão é comprar passagem de ônibus noturno e seguir viagem seja para La Paz ou para Potosí. Saiba mais ou menos o valor das passagens, pois aqui e no Peru, o valor da passagem é de acordo com a cara do freguês. Olhos abertos!
Potosí
A cidade de Potosí foi fundada em 1545, após ter sido descobertas as reservas de prata na montanha conhecida como Cerro Rico. A cidade foi a segunda cidade mais rica do mundo. A exploração foi tanta que as reservas de Cerro Rico esgotaram-se, contribuindo para o declínio de Potosí. Antigamente, havia a expressão “Vale um Potosí”, que significava que o objeto era de alto valor. Sua arquitetura que remete ao passado contribuiu para que a cidade recebesse o título da UNESCO de patrimônio histórico da humanidade. Potosí está a mais de 4.000 m do nível do mar.
Extraído de: www.boliviahostels.com
O que fazer em Potosí
Casa Real de La Moneda: Aqui encontra-se moedas de alguns séculos, as máquinas que fabricavam as moedas, armas e obras de arte. É uma visita ao passado da cidade.
Excursão às minas de Prata: Os turistas conhecem uma parte das minas de prata ainda hoje exploradas. É um passeio polêmico pois os mineiros trabalham em condições sub-humanas.
Como é o passeio?
As agências levam aos mercados próximos ao Cerro Rico onde você pode comprar presentes para os mineiros (folhas de coca, bebida com alto teor alcóolico e dinamites). O visitante veste uma calça de sarja, jaqueta e põe o capacete para poder conhecer uma parte das minas. No interior do Cerro há uma estátua que os mineiros chamam de “El Tío”. A esta estátua, trazem oferendas como folhas de coca, álcool, etc.
Sucre
Sucre é a capital constitucional da Bolívia e também é considerada patrimônio mundial pela Unesco. Tem seu centro histórico preservado, , com construções dos séculos XVIII e XIX. É chamada de “Cidade Branca” por causa da cor dos casarões e tem a fama de ser a cidade mais bonita do país.
Extraído de: www.boliviahostels.com
O que conhecer em Sucre
Centro – M irador de La Recoleta, a Catedral, o Parque Bolívar e a Plaza 25 de Mayo.
Parque Cretácico – Parque temático voltado para dinossauros. Dentro do parque há um mirante onde se pode observar com telescópio as pegadas do sítio Arqueológico de Carl Orko, onde há pegadas de vários dinossauros que habitavam a região. URL: http://www.parquecretacicosucre.com/
Cuidados
1 – Você tem que tomar a vacina contra febre amarela e emitir o certificado internacional de vacinação. Para quem mora no Rio, é tomar a vacina no posto e levar a carteirinha no aeroporto do Galeão para a ANVISA emitir o certificado. Você leu em vários relatos que os policiais bolivianos não pediram a carteirinha? Então, você vai arriscar e não tirar? Hã, sei… Fala sério! É a sua saúde! Não dê preocupação para sua mãe e demais familiares, tome a vacina. Não deixe para tomá-la em cima da hora. Ela deve ser tomada em até 10 dias antes da viagem. Validade: 10 anos.
2 – Antes de viajar, informe-se se está tendo algum manifesto ou bloqueio nas cidades que farão parte do seu itinerário.
3 – Beba somente água mineral. Uma das coisas que reparei logo no aeroporto de Santa Cruz de La Sierra foi um enorme cartaz falando sobre o cólera.
4 – Na Bolívia, não há nada gelado. É tudo na temperatura ambiente. Então, para os apreciadores de cerveja, a Paceña e a Huari não virão estupidamente geladas. A minha amiga sempre pedia gelo, apesar de eu achar arriscado (sabe-se lá de onde veio a água, não é mesmo?).
5 – Procure saber sobre o mal de altitude. Eu li um pouco sobre o assunto e já tinha me programado quando chegasse em La Paz de não fazer esforço no primeiro dia. O pouco que andei já passei mal. Além de ter altitude, La Paz tem ladeiras! 😯 Fiquei a tarde e uma manhã inteira de molho. Nem chá de coca resolveu. O que resolveu foi tomar a “soroche pills”. Depois de alguns dias, eu estava andando igual aos bolivianos. Incrível o corpo humano, não?
6 – Pesquise bastante sobre passeios (aqui tem informações básicas) e sobre meios de transportes. Falo sem dúvida alguma que a melhor fonte de consulta sobre Bolívia e também o Peru é o fórum Mochileiros.com. Tem muita informação. Leia e só faça perguntas se tiver certeza que não achou a resposta para o que você procura. Preços atuais você acha lendo os relatos de viagem.
7 – Sempre antes e durante a viagem confira os horários e dias dos transportes. Não são tão regulares. Aliás, essa dica vale para qualquer país.
8 – O passeio do Salar de Uyuni é espetacular mas não dá para fazer com qualquer agência. Há muitos relatos de motoristas bêbados e de carros enguiçados. Não seja mão de vaca quando se trata da sua segurança. Você estará no meio do deserto.
9 – Se você pretende fazer o Salar de Uyuni é melhor que você viaje de mochilão. Se você não tem, você pode comprar em excelente preço em La Paz. Assim como roupas de frio e toda espécie de artigos para caminhadas como botas, bolsas de hidratação, sacos de dormir, etc.
10 – É bom que você tenha alguma noção de espanhol, né? As palavrinhas mágicas “bom dia”, “por favor” e “obrigada”, os dias da semana e vocabulário relacionado a viagens, etc. Frase essencial: “Por favor, puede hablar despacio?” que significa: “Por favor, pode falar devagar?” Muito útil quando a gente não consegue acompanhar a fala rápida. Outra coisa: nem tente falar com eles normalmente em português. Fale devagar. Por razões que a própria natureza desconhece, é mais fácil para nós brasileiros entenderem o espanhol do que o contrário. Uma ideia: anote algumas palavras, imprima e ponha na sua mochilinha do dia-a-dia.
11 – Segurança: A sensação de segurança lá é muito maior que no Rio e em São Paulo. Não ouvi falar de roubos (assalto com mão armada). Furtos só se você criar a ocasião, tipo: em restaurante deixar a bolsa na cadeira, se distrair e alguém levar. Um conselho? ande no Exterior como você andaria em grandes cidades no Brasil. Assim, não terá dor de cabeça. Evite táxis coletivos, principalmente à noite. Não vá andar com mochila nas costas. Não deixe sua bolsa pesada no chão, enquanto você procura em um cartaz o horário do ônibus que pretende pegar. Você faria isso no Rio? Lógico que não! Não dê bobeira mas isso serve para qualquer canto do mundo. E não custa lembrar: passaporte é documento sagrado, guarde como se fosse ouro.
12 – Reservas: Não se reserva passeios na Bolívia por e-mail nem por telefone. Tudo lá é na base da pechincha e isto serve para o Peru (exceto quando se trata de Machu Picchu). Em um mesmo passeio, você pagou X e fulano pagou Y. Use e abuse do seu poder de pechincha. Para passeios, para comprar roupas, bugingangas, tudo. É cultural. Pechinchar em espanhol significa regatear. Quanto a hotéis, reserve o da cidade de chegada.
13 – A Bolívia foi considerada o pior país para tratamento com turistas. Também pudera, não há infra-estrutura. Falta muita coisa menos paisagens bonitas, por isso afirmo que o país é surpreendente. Vá preparado para uma aventura: viagens de ônibus longas, estradas ruins afinal o país é pobre.
Roteiros
Provavelmente, se estiver vindo do Brasil, a sua entrada na Bolívia será por Santa Cruz de La Sierra. A partir de Santa Cruz, você chega em La Paz, Sucre ou Cochabamba por avião. As demais cidades da Bolívia, somente de ônibus. Há uma exceção: Oruro, que em determinados dias da semana, há transporte ferroviário indo/vindo para Uyuni.
Ao elaborar um roteiro para a Bolívia reserve alguns dias de folga pois é frequente ter protestos nestes países. Por exemplo, em maio de 2011, quando fui para lá, a fronteira Peru-Bolívia estava fechada por causa de protestos contra a construção de uma mina. Foi mais de um mês de fronteira fechada, o que fez com que cruzássemos o Titicaca de barco. Se não tivesse esse plano B, provavelmente teríamos que comprar uma passagem aérea para Cusco ou Lima (Peru). Esta folga no roteiro deve ser considerada também para viagens ao Peru. Tenha sempre um plano B em mãos.
8 dias
16 dias
com o Peru
Com dias a mais sobrando, a sugestão é ir ao Peru conhecer Machu Picchu. Há várias opções de roteiro. As sugestões estão levando em consideração horário de voos e ônibus em 2011. Convém pesquisar para atualizar-se dos horários.
O roteiro clássico dos mochilões
Este é quase um roteiro clássico dos mochileiros. A diferença é que se economiza alguns dias não tendo que ir para Corumbá, MS pegar um ônibus para Puerto Quijarro e de lá pegar o “trem da morte” para Santa Cruz de La Sierra. O roteiro está bem enxuto. Como sugestão coloque mais uns dias para La Paz (aclimatação) e Cusco (a cidade é um charme e há muito o que se conhecer).
Roteiro ponta-a-ponta, ida por Santa Cruz de La Sierra e volta por Lima. Interessante para quem tem milhas sobrando.
com o Chile
com Peru e Chile
Roteiro circular, ida e volta por Santa Cruz de La Sierra
Roteiro circular, ida e volta por Santa Cruz de La Sierra
Roteiro ponta-a-ponta, ida por Lima e volta por Santiago. Bom para quem tem milhas sobrando.
Roteiro ponta-a-ponta, ida por Lima e volta por Santiago. Bom para quem tem milhas sobrando.
Dicas